quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Educação para a excelência ... da crise

Há dias em que me sinto amarrada, como se alguém me tivesse atado de mãos e pés a uma cadeira. O pior de tudo é que o cérebro fica a funcionar. As ideias nascem em turbilhão, que se misturam com as emoções, as conjecturas, os factos.

Nasci numa época em que o mundo se estava a começar a globalizar. Cheguei à fase adulta com um background que me permitiria dar ao meu país um contributo para que fosse uma Nação desenvolvida. Munida de ferramentas, ideias, saber, alguma insegurança também (mas quem não a tem na juventude?) e prontinha a dar o meu melhor à sociedade.

Escolhi uma profissão que não tem dignidade. Como não gosto de ser injusta, corrijo: só é digna para alguns, esses que confundem narcisismo com dignidade. Os poucos, arrisco a dizer, que fazem bem esta distinção andam por aí, moribundos, a dar ínfimos contributos à sua Nação, com o fruto do seu "pequenino" trabalho. Faço parte deste leque de pessoas. Das que, associado a isto, não vêem os seus direitos básicos preenchidos. A Nação e a Sociedade não me souberam receber.

Educada sob os melhores princípios, não me revejo neste mundo, nesta selva, onde o que conta é apenas o nome. E por isso há dias, cada vez mais, em que me apetece pegar na mala e sair daqui, deste cantinho mediocre, de gente hipócrita, mentirosa regida pela velocidade dos números.

A crise é a desculpa para muita atrocidade cometida por aí. E eu não acredito nessas desculpas.

Sem comentários: