Disse-o há umas horas. Pensei, repensei e voltei a pensar. A adiar, a tomar fôlego para o dizer, hesitei. Deixei passar um dia, depois outro e uma semana e mais outra e, no limite, com a pressão de um prazo auto-imposto disse-o. Sem o brilho, a felicidade, o entusiasmo que aquele momento merecia. Soou como que aquilo que tinha de ser feito e não havia alternativa.
A reacção foi a esperada, a dolorosamente esperada. Aquela que me faz chorar e ter a certeza de que foi uma simultaneamente boa e má notícia, aquela que dei.
Eu merecia algo mais, acalentava a esperança de "ter" mais daquelas pessoas. Uma palavra de apoio, de incentivo, de augúrio de felicidade. Tive silêncio, um silêncio que sei que camuflou preocupação, alguma angústia e mágoa e, do outro lado, ouvi secas palavras.
Esperava uma palavra de conforto daquela que tem o meu sangue. Vieram palavras de materialismo.
Não sou ninguém para aquelas pessoas. Vou desaparecendo da vida delas. E isso dói.
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