quarta-feira, 4 de março de 2009

Amar vale a pena (?)

Hoje disseste-me que: "Aquilo que amar me dá... compensa 1000 desgostos de amor". Bonito de se ler... e de sentir melhor ainda. O que eu daria para ter a tua segurança, o teu à-vontade para seguir em frente, a capacidade de te atirares no desconhecido. Mas tu... tu receitaste-te a ti próprio tempo no teu processo de cura, no meio do caos de batidas de música envoltas em corpos deambulantes e apetecíveis. Assim foste restaurando os estalos, as fissuras do teu coração, apanhando estilhaços lentamente, um a um, ao teu ritmo, até ele estar uno.

Eu não. Mais incapaz de sofrer - porque dói tanto! -, fui deixando que te aproximasses de mim, que substituísses a minha dor. (Não tomaste lugar de ninguém. Porque há lugares que, deixados vagos, nunca serão preenchidos, tu tens o teu, só teu). Permitiste que a dor se transformasse num bem estar, num querer crescente, numa saudade inquietante, num prazer desmedido. Num quase penso-te, logo sinto-te. Fazes-me bem... ao ter-te, ao sentir-te. Ao ler-te... assim... "O que me dói mesmo... é ter estado tantos anos... sem sentir o que sinto... por ti"... fico em silêncio, sorrio e o coração bate, em sinal de vida.

E o processo de cura foi assim. Não me receitei tempo, nem solidão, nem música (porque quase todas faziam com que à memória viesse sempre o passado de quase 8 anos). Procedimento errado? Daqui a uns tempos falamos.

Tenho ainda a correr nas veias do coração a insegurança, a desconfiança, o receio de passar por tudo outra vez... aquele tempo longo, desgastante e mortífero de qualquer alma pura... de bons sentimentos. Pavor da dor de alma. É por isso que te digo: "eu bem tento segurar-me...". Mas na verdade, não consigo e deixo levar-me por ti e para ti. Sem saber para quê... sem questionar. mas tenho medo. M-E-D-O. Sim, de quando te entregar totalmente a minha alma, tudo desmorone... como sempre.

Sei que não acreditas no amor para a vida. Mas não foges dele, porque tens medo da morte e que ela te impeça de ser feliz, nem que seja por um escasso momento. Tenho de te dar razão. Há que viver e aproveitar mais os momentos e oportunidades. Já acreditei nele, nesse amor do "para sempre" (oh, tantos sacrifícios que fiz por acreditar nele...), mas hoje questiono se os ínicios, os durantes justificam os finais... tanta dor... A isto, dizes: "O que me doi mesmo... é ter estado tantos anos... sem sentir o que sinto... por ti". Amar vale a pena?

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